sexta-feira, 20 de julho de 2012
Maldita culpa!
Conversando há uns dias com uma amiga tivemos um arranca rabo por conta de Pequenina. Em um momento desabafo, enquanto eu falava sobre a difícil arte de conciliar trabalho, lazer para adultos e maternidade e em como achava que nunca o tempo era suficiente com minha pequena, a amiga reclamou do meu sentimento de culpa excessivo. Achava que era exagero meu, que tinha que aprender a ser uma mãe mais relaxada e menos estressada. E como mãe vira bicho onça quando questionam nossa forma de lidar com as questões da maternidade, fiquei possessa com minha amiga. “Ser mãe não é brincadeira! Temos que dedicar 100% de nosso tempo aos filhos, sim! Você não sabe de nada!”, ataquei. E ainda emendei com a que talvez seja a frase mais dita por mães do mundo todo: “Quando você for mãe irá me entender...”.
Mas hoje analisando (além de sentir uma profunda vergonha da amiga pelo ataque meio gratuito) me pergunto: para que tanta culpa?! Se resolvemos trabalhar fora de casa, bate a culpa. Se atrasamos para buscar o filho na escola, ou para chegar em casa, lá vem a culpa de novo. Se queremos sair um pouco de casa sem os filhos para distrair: culpa! E só de sentir saudade da vida antes de entrar para a maternidade: culpa de novo! É muita culpa para uma pessoa só! E pior: é uma culpa sem remédio, porque nada nem ninguém consegue arrancá-la de uma mãe. Acho que a culpa vem no pacote Mãe, assim como o sentimento de amor incondicional. Culpa e maternidade andam de mãos dadas e pronto!
Temos o direito de não perder nossa identidade pré-maternidade, de trabalhar, de ser mulher, de continuar a curtir as coisas que sempre gostamos de fazer. E todas (ou quase todas) as mães sabem disso. Então por que, ainda assim, ontem ao chegar em casa já tarde, depois de um dia de muito trabalho e estudos, senti uma culpa doída ao aninhar Pequenina no colo já para dormir? Ô culpa maldita!
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